quarta-feira, agosto 24, 2005




Ás vezes tento esquecer-te. Ás vezes, fecho os olhos e tento não pensar em nada, só no negro do vazio a engolir tudo. A engolir memórias. A engolir sonhos. A engolir os nossos sítios sagrados. A engolir os momentos em que num sussurro dizias as palavras.
A engolir-te e a engolir-me lançando-nos para diferentes sítios de escuridão...
Mas, tudo isto, dura a eternidade de um segundo. Daqueles que passam rápido. Daqueles segundos que passavam quando estavas a meu lado. E quando abro os olhos, lá estás tu ainda, como estavas antes, quando as coisas eram perfeitas porque eram nossas. E estás a sorrir... Ainda não esqueci o teu sorriso, como esquecê-lo? : o sorriso infantil de lábios cerrados, para não denotar a imperfeição dos teus dentes. E como eras perfeita!! Eras a felicidade, mas mais feliz! Eras a beleza pintada pelo Criador de deus!
E eras minha...


Acho incrível a forma como te idealizei.. Tu não eras assim porque ninguém é assim... E no entanto tenho a certeza que todas as pessoas que amarei um dia serão como hoje te descrevo. O amor não existe nos outros.. É um padrão... Uma idealização nossa!! Não depende de mais ninguém. Sei agora que posso ser feliz sozinho ou com qualquer outra pessoa.
Sei que posso ser feliz...


Ás vezes olho-me ao espelho e inspiro com força até o muco verde me descer à boca. De seguida lanço-o ainda com mais força contra o meu reflexo. Vejo a gosma verde escorrer-me pela cara e sorrio.

Nesses momentos sou feliz.

"Brindemos, doce decadência.."

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