O nosso olhar perde-se na escuridão da noite.
Os nossos corações encontram-se.
Toco com o dedo indicador, levemente,
nos teus lábios fechados.
Dizes as palavras com um beijo.
Fechas os olhos.
Não são precisos agora.
Nada o é.
Existimos esta noite e basta.
Não digas que me amas.
Não uses palavras para amar.
Sabes...
...o coração é um órgão mudo.
segunda-feira, setembro 26, 2005
Walter Dego
domingo, setembro 25, 2005
domingo, setembro 18, 2005
quarta-feira, setembro 07, 2005
O DIA EM QUE A ÁGUA APAZIGUOU O FOGO
E depois vieste tu, do alto do teu império onde bailam os anjos, desceste até à minha sala, até ao canto onde eu ardia, e , por momentos, apaziguaste o meu fogo. Perdoa-me por publicar aqui aquilo que um dia foi tão nosso:
Enquanto dormia, eu olhava-o.
Estava ali, à minha frente, tão real e tão distante como a Lua. Tocar-lhe seria como desafiar os deuses.
Todo aquele poder num corpo tão inerte. Com um único arfar, sei que ele poderia derrubar árvores e pessoas; com um único gesto, justificar a minha existência; mas manteve-se ali, parado, perfeito, a querer o meu beijo.
Continuei a olhá-lo, esperei que abrisse os olhos e que os dirigisse para mim. Não tive medo que soubesses o quanto me fazes feliz.
Dizer que não se tem medo é mentir. De novo, perdoa-me.
Enquanto dormia, eu olhava-o.
Estava ali, à minha frente, tão real e tão distante como a Lua. Tocar-lhe seria como desafiar os deuses.
Todo aquele poder num corpo tão inerte. Com um único arfar, sei que ele poderia derrubar árvores e pessoas; com um único gesto, justificar a minha existência; mas manteve-se ali, parado, perfeito, a querer o meu beijo.
Continuei a olhá-lo, esperei que abrisse os olhos e que os dirigisse para mim. Não tive medo que soubesses o quanto me fazes feliz.
Dizer que não se tem medo é mentir. De novo, perdoa-me.
quinta-feira, setembro 01, 2005
Passado
Olho para ti...
imagem de mim
num passado distante...
desvio os olhos,
por cobardia e vergonha.
por não te conhecer,
por não te reconhecer mais.
Todas as aves passaram por mim
em todos os Outonos da minha vida.
Elas sabem para onde vão.
Eu, não sei quem sou...
sou uma ave perdida
buscando o efémero Verão...
Como é possível conhecermos alguém?
se em cada passo que damos,
a nós nos surpreendemos
com tudo aquilo que somos
Como é possível ser-se alguém?
se ser alguém
é não conhecer quem se é...
Como é possível a vida?
se o que sou é vão
como aves buscando
o efémero Verão...
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